Toda a gordura faz mal? E o ômega-3, o óleo de oliva, as gorduras trans?
Os efeitos dos diferentes tipos de gordura tem sido muito estudado nos últimos tempos. As recomendações atuais são de reduzir a ingestão de gordura, principalmente das gorduras saturadas, pois elas têm maior propensão de elevar o colesterol. A ingestão de alimentos com grande quantidade de colesterol irá aumentar o colesterol sanguíneo. Por outro lado, gorduras poli-insaturadas (PUFA, iniciais do inglês polyunsaturaded fatty acids), encontradas em óleos vegetais, têm menos efeitos danosos sobre os níveis de colesterol. Apesar disso, devido ao fato de se desconhecer o efeito a longo prazo do consumo de grandes quantidades desta gordura, recomenda-se que a ingestão deste tipo de gordura não ultrapasse 10% da ingestão calórica total. As gorduras poli-insaturadas (líquidas à temperatura ambiente), tê m sido modificadas pela hidrogenação, o que modifica algumas ligas duplas dos ácidos graxos insaturados para uma configuração química chamada de trans. Esta gordura tem sido muito utilizada pela industria alimentícea. O problema é que estes ácidos graxos trans exercem os mesmos efeitos negativos das gorduras saturadas de aumentar o LDL (colestero “ruim”), porém, com a agravante de piorar o HDL (colesterol “bom”).
Óleos de peixe são ricos em um tipo particular de ácidos graxos poli-insaturados, o eicosapentaenóico (EPA) e docasa-hexaenóico (DHA), que devido à posição da dupla ligação são chamados de ômega-3. Esses compostos não são sintetizados pelo organismo, portanto devem ser ingeridos na dieta para obter-se os seus benefícios. As populações que consomem maiores quantidades de óleos de peixes apresentam menor incidência de doenças cardio-vasculares. Este efeito é devido à suas ações em reduzir o LDL e o colesterol total e aumentar o HDL. Tendo por base os resultados de estudos de prevenção, a recomendação é que uma pessoa que não possua doença cardíaca consuma duas refeições de peixe semanalmente.
Ácidos graxos mono-insaturados encontrados em altas quantidades nos óleos de oliva e canola causam menos danos à saude e quando substituem as gorduras saturadas eles diminuem o colesterol total sem diminuir o colesterol "bom" (HDL). Existem evidências que o consumo do ácido graxo que é abundante no óleo de canola, reduz a mortalidade por doença cardiovascular. Recomenda-se que este óleo seja usado para o cozimento dos alimentos, quando necessário, em substituição à margarina, manteiga e outros óleos (exceto oliva).
Outros componentes da dieta podem influenciar positivamente as gorduras do sangue. As fibras solúveis como psyllium e aveia, ligam-se aos ácidos biliares no intestino e produzem um aumento da excreção do colesterol, o que leva a uma pequena redução das concentrações do colesterol "ruim" (LDL). Além desses alimentos, o alho e as nozes produzem uma modesta redução nos níveis de colesterol total.
A combinação destas abordagens nutricionais, associada à restrição de alimentos ricos em gorduras saturadas e colesterol, pode reduzir o colesterol "ruim" (LDL) em até 30%.
Grupo A (Matheus)
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